Ouriço-Cacheiro

O ouriço-cacheiro é o maior insectívoro da nossa fauna, com um comprimento do corpo entre 18 e 20 cm e cerca de 1 kg de peso máximo, sendo o valor mais habitual os 700 g. É facilmente identificado por ter o dorso coberto de espinhos longos e aguçados, com cerca de 5 cm, de cor acastanhada e bandas escuras nas extremidades. A cauda é muito pequena, as orelhas são igualmente pequenas e a cabeça encontra-se bem destacada do corpo. A cabeça e a superfície ventral são densamente cobertas de pêlos. Tem um sentido de visão pouco desenvolvido, ao contrário da audição e do olfacto.

Quando se sente ameaçado, enrola-se sobre si próprio, escondendo as suas pequenas patas e as áreas desprovidas de espinhos, transformando-se numa “bola com picos”, bastante difícil de penetrar.

É um animal solitário e territorial, de hábitos essencialmente nocturnos, podendo ser observado nas últimas horas do dia e ao amanhecer. Alimenta-se, sobretudo, de invertebrados que encontra no solo (minhocas, escaravelhos, lagartas, lesmas...) e, por vezes, também de pequenos vertebrados (sapos, lagartos, aves...). Também come peixe, até porque é um excelente nadador.

Quando o alimento escasseia, e a descida da temperatura torna incomportável a manutenção da temperatura do corpo, o ouriço hiberna. Antes de hibernar, os animais têm que engordar para ter energia suficiente para o período de hibernação, durante o qual ocorrem uma série de alterações:

- ficam frios ao toque, tendo a sua temperatura diminuído de 35ºC para 9ºC;
- ficam imóveis;
- a respiração pára durante longos períodos de tempo (respiram 1 a 10 vezes por minuto);
- o ritmo cardíaco passa de 190 para 20 batimentos por minuto;
- o funcionamento dos órgãos internos é reduzido de modo a poupar energia.

Estando mais vulnerável a predadores enquanto hiberna, o ouriço escolhe cuidadosamente o local para o fazer, construindo um ninho em buracos, em troncos de árvores, no solo ou em rochas.

Na lista de predadores podemos enumerar os texugos, os gatos selvagens, os cães, os lobos, as raposas e as doninhas. O Homem é outro dos predadores da espécie, já que em algumas zonas do país é apreciado como especialidade gastronómica.

Tem uma longevidade máxima de 7 a 10 anos, vivendo em média 3. As principais causas de mortalidade são a fome durante a hibernação e a predação.

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